terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tratamento de imagens fotográficas digitais

No momento atual não podemos negar a amplitude alcançada pela fotografia digital. Junto a esta conquista surge uma discussão cada vez mais frequente, em fóruns de discussão da internet, em reuniões de foto clubes e até mesmo em confraternizações entre fotógrafos, no que se refere ao tratamento de imagem fotográfica digital, sobretudo a partir de noticiários veiculados pela mídia em geral, que questionam a utilização de programas gráficos como o photoshop e outros no processo de manipulação de imagens. No Brasil já existe projeto de lei que cuida do assunto. Percebo que aqui em São Luís ainda há muita insegurança envolvendo tal questão.
Minha gente o tratamento da imagem fotográfica existe desde o seu nascimento e se desenvolveu junto a ela. Desde então, que se busca o imediatismo e o aperfeiçoamento das imagens obtidas pelo aparelho fotográfico. Na Europa do século XIX surgiu um movimento chamado Pictorialismo que preocupava-se em garantir a Fotografia, o status de arte pela utilização de retoques, pinturas de fotos e manipulação de negativos. Até mesmo na fotografia convencional, em o que tratamento se inicia no processo de revelação da película fotográfica e passa por técnicas de ampliação em laboratórios manuais e mesmo, em mini labs onde é possível se alterar os níveis de contraste, o brilho, a saturação e a nitidez das imagens.
Portanto o tratamento da imagem fotográfica digital, é aconselhável e inevitável.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

2º Concurso Fotográfico Um Olhar sobre a Cultura Popular Nordestina



Tradição e religiosidade são destaques no resultado da edição 2010 do concurso fotográfico
O colorido das danças, a religiosidade e a tradição da cultura popular estão em destaque nas fotografias premiadas na segunda edição do concurso fotográfico Um Olhar sobre a Cultura Popular Nordestina. O Concurso teve a participação de fotógrafos de 17 estados brasileiros totalizando mais de 400 trabalhos inscritos de fotógrafos profissionais e amadores. No resultado final, as 20 melhores fotografias foram classificadas em 10 primeiras colocadas e 10 menções honrosas. O concurso é patrocinado pelo Programa BNB de Cultura. O primeiro lugar foi para o fotógrafo Vinicius Luís Xavier Carneiro, de Salvador-BA, com a foto intitulada Bumba meu boi de Tajaçuaba. A fotografia foi realizada em São Luis no Maranhão e realça a expressão popular da dança típica do Estado. O fotógrafo natalense Rodrigo César Cortez de Sena ficou em segundo lugar, com a fotografia Rainha do brinquedo, um registro feitoem Nazaré da Mata no Estado de Pernambuco. O terceiro lugar foi para o fotógrafo carioca José Luiz Ferreira Cavalcanti, que vive em São Luís desde 2000, com a fotografia Devotos e brincantes, uma imagem que une expressões da cultura popular na fé e na dança.
Com as cores fortes do São João nordestino, o fotógrafo potiguar Jean Souza Lopes, de Assú-RN, ficou em quarto lugar com a fotografia intitulada Céu enfeitado. O quinto lugar ficou para o fotógrafo Rafael Lage, com o registro da Corrida dos bonecos gigantes, título da foto, realizada em Olinda-PE. O fotógrafo cearense Felipe Jorge Abud Neto, foi classificado em sexto lugar, com a fotografia Alegria Partilhada, uma imagem registrada em Juazeiro do Norte-CE que retrata felicidade em fazer parte da cultura popular.
Em sétimo lugar foi classificado o fotógrafo cearense Cláudio Pinto Joventino, com a fotografia Vaqueiro de peixe, registrada em Pitupitá-CE. A fotografia intitulada Vaqueiro voador classificou o fotógrafo potiguar Alexandro Gurgel em oitavo lugar. O registro de um vaqueiro a galope em pleno movimento foi realizado no município de Acari-RN.
O fotógrafo Augusto César Cunha Pessoa ficou com o nono lugar, com a fotografia Viva Santo Antônio, registrada em Barbalha-CE. A décima fotografia classificada é intitulada Reisado de Zambelê e foi feita pela fotógrafa paraibana Lilia Tawdaya em João Pessoa-PB.

 
Mensões honrosas
Nesta edição do concurso foram classificadas também 10 fotografias na categoria Mensões Honrosas, com o registro de diversos olhares sobre a cultura popular, completando a mostra da diversidade da cultura nordestina.
Os fotógrafos classificados foram os seguintes: Pacífico Medeiros Santos Sobrinho, de Mossoró/RN, com a fotografia Arraiá de São João; Hélia Souza Scheppa, de Recife/PE, com o registro Gola colorida; Marlon Ilson Sampaio Porto, de Salvador-BA, com a fotografia Mascarado no carnaval; Wagner Henrique Varela da Silva, de São Gonçalo do Amarante RN, com a fotografia intitulada Dona Militana...Mulher de fibra...; Ney Douglas Marques, de Natal-RN, com a fotografia Pescadores; Tatiana Almeida Leal de Souza, do Rio de Janeiro – RJ, com o registro Maracatu rural; Robert Edward Fabisak, de Jaboatão dos Guarapes-PE, com a fotografia Bacamarteiro; Evilázio Moreira Bezerra Filho, de Natal/RN, com o registro Romeiros; Aurílio Santos, da Paraíba-PB, com a fotografia Encourado de sonhos; e o fotógrafoAlexandro da Silva Régis, de Natal/RN, com o registro intitulado A fé dos impossíveis.
O concurso é um iniciativa da Caminhos Comunicação & Cultura, formada por um grupo de jornalistas e radialistas potiguares que realiza trabalhos nas áreas de artes visuais e audiovisual, com destaque para a valorização da cultura popular.

 

 

 

sexta-feira, 2 de julho de 2010

RESULTADO OFICIAL DO 33º FESTIVAL GUARNICÊ DE CINEMA


UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
FUNDAÇÃO Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/66
CNPJ 06.279.103/0001-19. São Luís - Maranhão
Pró-Reitoria de Extensão
Departamento de Assuntos Culturais

33º FESTIVAL GUARNICÊ DE CINEMA

RESULTADO OFICIAL

A) CONCURSO OFICIAL GUARNICÊ DE VÍDEO:

O Júri Técnico do Concurso Oficial Guarnicê de Vídeo formado por Jorge Dias Salomão(CE), Amanda Mansur Custódio Nogueira (PE) e João Paulo Furtado (MA) concedeu a seguinte premiação:
Melhor Roteiro: Marcley de Aquino e Duarte Dias pelo vídeo CÉU LIMPO (CE)
Melhor Direção: Mariley Carneiro pelo vídeo OLHAR DE JOÃO (GO)
Melhor Fotografia: Bruno Polidoro pelo vídeo ENCICLOPÉDIA (RS)
Melhor Edição: Leandro Godinho pelo vídeo DARLUZ (SP)
Melhor Trilha Sonora Original: Marcos Rivero pelo vídeo A PEDRA QUE O ESTILINGUE LANÇA(ES)
Melhor Trilha Sonora Adaptada: Para o vídeo LIGHT MY FIRE (RJ)
Melhor Direção de Arte: Luiz Roque pelo vídeo TRATADO DE LILIGRAFIA (RS)
Melhor Ator: Eduardo Sandagorda pelo vídeo ENCICLOPÉDIA (RS)
Melhor Atriz: Mawusi Tulani pelo vídeo DARLUZ(SP)
Melhor Documentário: TEREZA – COR NA PRIMEIRA PESSOA, de Amaro Filho e Marcílio Brandão (PE)
Melhor Ficção: PENSÃO DOS CARANGUEJOS, de Marcelo Presotto (SP)
Melhor Animação: LIBERTAS, de Jackson Abacatu (MG)
Melhor Vídeo Maranhense: NA COSTA DA MINHA MÃO, de Amdréa Barros
Melhor Vídeo Nacional: OLHAR DE JOÃO, de Mariley Carneiro (GO).
Menção Honrosa, pela experimentação estética, para: RUIDOS DO TEMPO, de André Garros e Gabriel Carvalho (MA)
Prêmio BNB de Cinema: Melhor Vídeo Nacional: OLHAR DE JOÃO, de Mariley Carneiro (GO)
Prêmio Cinematográfico Assembléia Legislativa do Maranhão:
Prêmio Bernardo Almeida: NA COSTA DA MINHA MÃO, de Andréa Barros (MA)
Prêmio Mauro Bezerra: NA COSTA DA MINHA MÃO, de Andréa Barros
Prêmio Estúdios Mega Rio De Janeiro: NA COSTA DA MINHA MÃO, de Andréa Barros (MA)
O Júri Popular formado pelo público presente às sessões competitivas de vídeos escolheu:
Melhor Vídeo Nacional: TRATADO DE LILIGRAFIA, de Frederico Pinto (RS)
Melhor Vídeo Maranhense: MAR DE ROSAS, de Rwanyto Oscar

B) CONCURSO OFICIAL GUARNICÊ DE FILME:

O Júri Técnico do Concurso Oficial Guarnicê de Filme formado por José Roberto Nogueira de Sousa (Beto Strada) (GO), Simone Iliescu Donegá (SP ) e Aurélio Ferreira (MA) concedeu a seguinte premiação:
Melhor Roteiro: Jimi Figueiredo, pelo filme VERDADEIRO OU FALSO (DF)
Melhor Direção: Gilberto Scarpa pelo O FILME MAIS VIOLENTO DO MUNDO(MG)
Melhor Fotografia: Beto Martins pelo filme AVE MARIA OU MÃO DOS SERTANEJOS(PE)
Melhor Montagem: Caio Zatti pelo filme AVE MARIA OU MÃO DOS SERTANEJOS(PE)
Melhor Trilha Sonora Original: Marcio Brant pelo filme REVERTERE AD LOCUM TUUM (MG)
Melhor Trilha Sonora Adaptada: BAILÃO, de Marcelo Caetano (SP)
Melhor Direção de Arte: Ricardo Movits pelo filme EVRDADEIRO OU FALSO (DF)
Melhor Ator: Auro Juriciê pelo filme VELA AO CRUCIFICADO (MA)
Melhor Atriz: Elza Gonçalves pelo filme VELA AO CRUCIFICADO (MA)
Melhor Documentário: AVE MARIA OU MÃO DOS SERTANEJOS, de Camilo Cavalcante(PE)
Melhor Ficção: VERDADEIRO OU FALSO, de Jimi Figueiredo (DF)
Melhor Animação: A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORDE, de Neil Armstrong (CE)
Melhor Filme: AVE MARIA OU MÃE DOS SERTANEJOS, de Camilo Cavalcante (PE)
Prêmio BNB de Cinema: AVE MARIA OU MÃE DOS SERTANEJOS, de Camilo Cavalcante (PE)

Prêmio Cinematográfico
Assembléia Legislativa do Maranhão:

-Prêmio Erasmo Dias: VELA AO CRUCIFICADO, de Frederico Machado (MA)
Prêmio Megacolor: AVE MARIA OU MÃE DOS SERTANEJOS, de Camilo Cavalcante (PE)
Prêmio Kodak: VELA AO CRUCIFICADO, de Frederico Machado (MA)
- O Júri Popular formado pelo público presente às sessões competitivas de vídeos escolheu:
Melhor Filme: VELA AO CRUCIFICADO, de Frederico Machado (MA)

C) CONCURSOS E TROFÉUS EXTRAS

- 14º TROFÉU GUARNICÊ PARA VÍDEO CLIPE:
O Júri formado por Marcos Fábio (MA) e Kelly Campos (MA) concedeu:
Melhor Vídeo Clipe Nacional: ALUGA-SE-VENDE, de Jackeline Salomão (DF)
Melhor Vídeo Clipe Maranhense: ÀS MARGENS(BANDA NEGOKAAPOR), de Nicolau Leitão

- 22º TROFÉU GUARNICÊ PARA REPORTAGEM:
O Júri formado por Marcos Fábio (MA) e Kelly Campos (MA) concedeu:

Melhor Reportagem:
FESTA DO DIVINO, do repórter Eduardo Ericeira.
Matéria veiculada no programa Nordeste Mais – TV Difusora


-13ª MOSTRA REFESTANÇA (TROFÉU NÊGO CHICO)
Superintendência de Cultura Popular/Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho/SECMA: O Júri formado por Leandro Carlos de Carvalho Silva (MA), Natália Carvalho Sampaio (MA) e Thalita Nogueira Gomes concedeu a seguinte premiação:
Melhor Trabalho da Mostra: SÃO RAIMUNDO NONATO DOS MULUNDUNS – O SANTO VAQUEIRO, de Vicente Barbosa Simão Júnior (MA)
Troféu Nêgo Chico: PEDRA, PEIXE, RIO ITAMATATIUA, de Iban Ayesta Aldanondo (MA)

-TROFÉU ABD-MA
Em consulta junto aos realizadores maranhenses que acompanharam as mostras competitivas do 33º Festival Guarnicê de Cinema, o Troféu Associação Brasileira de Documentaristas/Maranhão, foi atribuído para:
Melhor Vídeo: OLHAR DE JOÃO, de Mariley Carneiro (GO)
Melhor Filme: BAILÃO, de Marcelo Caetano (SP)

Fonte: http://festivalguarnice.blogspot.com

terça-feira, 1 de junho de 2010

A fotografia como teoria, ficção e história entrevista com Boris Kossoy - Cedida ao Globo Universidade

Boris Kossoy é autor de obras transformadoras, e de referência, nas três vertentes da sua atividade profissional: produção fotográfica, historiografia e teoria da imagem. A partir da década de 1960, quando suas séries de imagens ficcionais chegaram a alguns dos principais museus do mundo, tornou-se um dos primeiros fotógrafos brasileiros internacionalmente reconhecidos. Na década seguinte, como historiador, colocou o Brasil no mapa da invenção da fotografia ao mostrar que, no mesmo período do século XIX em que eram desenvolvidos na Europa os primeiros métodos de impressão pela luz, o francês Hercule Florence criou, no interior de São Paulo, de forma isolada e original, uma tecnologia eficiente de registro de imagens, e foi, provavelmente, o primeiro a empregar o termo "fotografia" para defini-la. Na área teórica, por meio da trilogiaFotografia & históriaRealidades e ficções na trama fotográfica e Os tempos da fotografia – o efêmero e o perpétuo, estabeleceu bases para a abordagem da fotografia como processo técnico, cultural e subjetivo de construção de imagens, um vasto campo de estudos cuja abertura, no País, deve muito ao trabalho deste professor da Universidade de São Paulo, que, a seguir, fala sobre sua trajetória, suas descobertas, ideias e criações.

Globo Universidade – A primeira foto da galeria do seu site é uma imagem da Avenida São João, no centro de São Paulo, datada de 1955. O senhor era um adolescente quando fez esse registro, mas demonstra uma sensibilidade estética muito especial. O senhor já queria ser fotógrafo naquela época? Quais eram as suas influências?
Boris Kossoy –
 Eu tinha 14 anos e não sabia bem o que queria ser. Logo depois, entre os 16 e 18 anos, vivi um período de explosão criativa. Meus interesses englobavam desenho, fotografia e o cinema. A arquitetura acabou sendo o caminho mais natural, que segui como estudante universitário. Quanto à foto que você menciona, ela tem um significado especial para mim. São tantas memórias que nela vejo: a avenida que eu mais frequentava, suas edificações, seus automóveis e bondes. Memórias do centro da cidade cujos meandros me atraíam. Eu não sabia nada sobre fotografia, minha antiga câmara de fole apresentava defeitos visíveis do lado direito e do lado esquerdo da imagem, restava meu olhar e a percepção pela perspectiva que, daquele momento em diante, se tornaria cada vez mais presente na minha formação e futura atividade profissional. Minha imaginação espacial se desenvolvia pelo desenho, que me fascinava, pelas histórias em quadrinhos que me entretinham, pelos livros de mistério cujos cenários imaginava e, naturalmente, pelo cinema que me emocionava.  Ainda me lembro daquela tarde em que buscava no infinito da avenida meu ponto de fuga; uma tarde brilhante que permanece na minha memória, em contraluz. No site há outra foto de 1955, de um disco voador, que faz um paralelo com a da Avenida São João. Eu tinha sido influenciado pelo jornalismo da revista O Cruzeiro, especialmente por uma grande matéria que tinha saído anos antes e me impressionado muito. O fotógrafo Ed Keffel teria flagrado "discos voadores" sobrevoando a Urca. A matéria deu o que falar, depois se comentou que se tratava de uma tremenda fraude. Esse episódio foi, talvez, uma das influências mais remotas que me fizeram enveredar pelo caminho do ficcional. A ficção sempre fez parte do meu trabalho, no desenho e na fotografia.

GU – Atualmente a exploração do limiar entre realidade e ficção está tão na moda que se tornou quase obrigatório.
BK -
 Pois é, eu buscava esse limiar há mais de 40 anos. Minhas influências literárias vinham de Edgar Allan Poe, de outros clássicos dos romances de mistério e também do realismo fantástico de autores latino-americanos como Julio Cortázar, Gabriel García Márquez e Bioy Casares. Nos meados dos anos 1960, eu transitava entre o desenho e a fotografia e, por meio da fotografia, encontrei o modo de representar em imagens os mistérios que via e imaginava. Minhas fotos daquele período revelam forte influência do realismo fantástico e também do surrealismo. No entanto, meu trabalho não se baseava unicamente em fantasmas, mas, pelo contrário, em questionamentos existenciais e, mesmo, na concretude daquela realidade que vivíamos. Cenas do fantástico retratavam metaforicamente aqueles anos de chumbo, como algumas de minhas fotos do princípio dos anos 1970. Bons exemplos disso são a foto do maestro regendo num cemitério e a da escultura que simboliza a Justiça, em Brasília, uma obra que na vida real não tem grandes dimensões, mas que parece enorme e deformada na imagem, sob um céu negro anunciando tempos ameaçadores.

GU – Nesse período o senhor já trabalhava na universidade? Já fazia pesquisa?
BK –
 Ainda não. Tinha me formado em arquitetura no Mackenzie em 1965 e, no início, dividia meu tempo entre projetos arquitetônicos e a fotografia. Fundei o Estúdio Ampliart, onde me dedicava ao fotojornalismo, à publicidade, às ampliações de grande formato, além do retrato. Naquele tempo a gente fazia de tudo para sobreviver e eu trabalhava como freelancer. E aprendia no acerto-erro. Todos nós da minha geração fomos autodidatas. Mas, desde cedo, entendi que a importância da fotografia não residia nas câmeras, nos equipamentos, naquela supertécnica, enfim, que permite ver, em detalhe, um pingo d'água caindo de uma folha. A sua importância reside no olhar e nos enredos culturais que lhe dão sentido. Eu estava muito mais próximo do teatro e da literatura do que das referencias fotográficas strictu sensu. Comecei a estudar com afinco a história da fotografia e me apaixonei pela obra dos grandes fotógrafos; percebi que a referência deles era cultural, técnica e estética. Nesse sentido, como autodidata, eu já era um pesquisador.

GU – Então depois de terminar o curso de arquitetura o senhor não foi direto para a pós-graduação?
BK –
 Felizmente, não. Tive a intuição que a pós-graduação e a academia poderiam me desviar de um caminho que havia planejado trilhar, poderiam me tolher. Tinha consciência de que havia muita coisa ainda por descobrir; sabia que, equilibrando as finanças entre a fotografia de estúdio e a minha fotografia autoral, de expressão pessoal, experimentava uma liberdade da qual não podia abrir mão. Mais tarde, quando comecei a buscar respostas em relação aos fundamentos da fotografia, às interpretações e manipulações da imagem, constatei que me faltavam bases teóricas para compreender melhor o meu próprio trabalho fotográfico, que estava alcançando crescente repercussão. Em 1970, já tinha três obras minhas no acervo permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York. Nos anos seguintes, fotos minhas foram incorporadas às coleções do Metropolitan Museum of Art (também de Nova York) e à Biblioteca Nacional da França, em Paris. Senti que meu trabalho tinha universalidade. Buscava nas minhas fantasias, como nas imagens mais diretas, detalhes e situações que transmitissem uma percepção mais universal.

GU – Então, a volta para a universidade foi motivada principalmente pela busca de uma compreensão melhor da sua própria obra?
BK –
 Motivação principal, não. Para mim, o trabalho na universidade foi sempre, antes de tudo, um meio de transmitir o que eu sabia – que ainda era muito pouco naquela época. Mas eu sentia que precisava aprofundar a minha pesquisa, que caminhava entre o teórico e o histórico. Só aos trinta e tantos anos, mais maduro e já tendo, como fotógrafo, uma trajetória e uma obra conhecidas, comecei a minha pós-graduação na PUC, em história, e depois continuei na Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

GU – Suas pesquisas na pós-graduação foram sempre sobre fotografia?
BK –
 Foram. O meu mestrado em história já era sobre fotografia. Mas aí eu senti que a história que eu estava escrevendo tinha de ser aprofundada. Sentia que me faltavam conhecimentos além da teoria da história. Para abordar a fotografia como documento iconográfico, precisava acrescentar conhecimentos de outras áreas, numa abordagem interdisciplinar, com metodologias consistentes de análise. Isso apesar de que eu estava vivendo um momento muito feliz como pesquisador. A comprovação das experiências pioneiras da fotografia por (Antoine Hercule) Florence teve repercussão internacional.

GU – Seu livro Hercule Florence – a descoberta isolada da fotografia no Brasil foi publicado enquanto o senhor fazia o mestrado?
BK –
 Desde 1972, me interessava pela história da fotografia em geral e pela fotografia no Brasil. Antes do mestrado eu era professor na Faculdade de Comunicação Anhembi. A publicação da primeira edição do livro coincide com essas atividades e com o início da minha pós-graduação. Em edições posteriores e artigos específicos sobre o mesmo tema, tive a oportunidade de interpretar melhor a obra de Florence. Foi preciso ir mais fundo para situar exatamente aquela descoberta ocorrida no Brasil, na vila de São Carlos, que hoje é a cidade de Campinas, fora de tempo, fora do lugar, e mantida praticamente no anonimato por cerca de 140 anos. Depois disso interessei-me pelo estudo da história por meio das imagens, ao mesmo tempo em que seguia com minhas pesquisas sobre a história da fotografia. São áreas tangentes, mas diferentes. Uma é o conhecimento da história através da imagem e a outra é a história da própria imagem. São como diferentes galhos de uma mesma árvore. Suas raízes são comuns. Ao longo do tempo essas abordagens se fundiram e passei a compreender a história da fotografia segundo uma perspectiva cultural mais ampla. Passei a me interessar mais precisamente pelo papel de representação que tem a fotografia, por suas condições e produção, sua elaboração e sua importância como documento a partir do qual se constroem realidades e ficções.

GU – Como o senhor se tornou professor da USP?
BK –
 Isso começou em 1987. Fui convidado pelo departamento de história da USP para ministrar um curso de pós-graduação. Depois foi a ECA (Escola de Comunicações e Artes) que me convidou. Aí comecei a dar cursos de pós quase todos os anos, como professor convidado. Entre 1992 e 1994 fui professor em tempo integral em cursos de graduação e pós-graduação na Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP, no campus de Bauru. Em 1998, finalmente, fiz concurso para a ECA, onde completei a carreira de docente: prestei concurso para livre-docência em 2000 e me tornei professor titular em 2003. Em 2008 me aposentei, mas continuo orientando alunos da pós-graduação e sigo com meu curso sobre fotografia, comunicação e memória. Esse curso reúne alunos de diferentes áreas – além do jornalismo e outras áreas da comunicação, temos pós-graduandos da história, arquitetura, ciências sociais, educação e outros, o que faz a disciplina ficar mais interessante ainda, para mim e para os próprios alunos.

GU – Hoje o senhor se vê mais como fotógrafo, professor ou teórico da fotografia? 
BK –
 Uma mistura dos três. Interesso-me igualmente pelas três atividades. No ensino minha abordagem é a do fotógrafo e a de quem pensa a imagem: sua natureza e essência, seu papel de informação e desinformação e métodos de análise e interpretação. Os dois lados da trincheira, portanto. Constatei que a abordagem constante entre produção e recepção com base na experiência era interessante para os alunos, seja na graduação ou na pós. A técnica fotográfica nunca foi o foco das minhas aulas, sempre um meio. O objetivo foi sempre o de demonstrar as construções mentais e culturais que dão corpo às imagens e aprender a desmontá-las. Minhas aulas são direcionadas à cultura da imagem, cultura visual. Transito entre história da fotografia, fotografia no Brasil, em particular na imprensa, e questões teóricas e metodológicas sobre o emprego da imagem como fonte histórica, entre história, ciências sociais e comunicação, entre memória e ficção, entre o documento e a representação.

GU – Quando o senhor, um mestre das imagens fantásticas, ficcionais, fala em fotografia como fonte histórica, isso não se confunde com uma visão da fotografia como atividade e produto documental, no sentido de um registro puramente factual e objetivo, certo?
BK –
 Esta é uma palavra maldita: "documental". Ela está no centro de um equívoco dos mais persistentes. Toda fotografia é documental, pela sua própria natureza. A foto documenta, inclusive, a atitude do fotógrafo diante do tema, uma visão de mundo, uma emoção diante dele. É, neste sentido, um duplo testemunho. É por isso que registros objetivos da realidade não existem. A imagem fotográfica é sempre uma representação segundo um determinado olhar, portanto a subjetividade é, talvez, o seu dado constitutivo mais marcante. As fotografias de (Henri) Cartier-Bresson são documentais, mas de uma nobreza, uma inteligência e uma criatividade insuperáveis. E ele operava com uma camera Leica com uma lente de 50 mm, e só! Sem maiores sofisticações. Boa parte dos interessados pela fotografia sempre querem ter as últimas câmeras, as mais sofisticadas. Porque a técnica era e ainda é supervalorizada. Ela tem a sua devida importância no resultado final, é obvio, mas não substitui jamais a visão criativa, o repertório cultural.

GU – O senhor diria que essa ênfase na técnica é como um erro de foco que distorce a compreensão da construção da imagem?
BK –
 Exatamente. A minha insistência foi sempre a de ter em mente os processos históricos, culturais e pessoais de construção das imagens. Toda fotografia é construída. Há sempre uma construção em função do repertório de quem está atrás da câmera, de sua condição sócio-econômica, sua ideologia, e assim por diante. É por isso que não existe uma fotografia igual a outra. Mesmo que você chame cem pessoas para fotografar o mesmo tema, você poderá ter imagens muito semelhantes, mas sempre haverá diferenças significativas. Essa é a magia da imagem fixa. Você percebe que uma pessoa usou uma luz diferente, a outra buscou um ângulo inusitado, uma terceira optou por incluir na cena um segundo plano que ninguém mais percebeu. O registro final é sempre resultado de um processo de criação, de construção. Essa era a primeira coisa que eu falava para os meus alunos. Às vezes eles ficavam horrorizados. Perguntavam "mas o senhor não é historiador?", "o documento pode mentir?". É claro que o documento fotográfico pode mentir. É sempre fruto de uma escolha, de uma seleção; a fotografia é sempre um fragmento a transmitir determinada atmosfera. Portanto, a fotografia é sempre uma representação que não substitui a realidade. E, a propósito, é preciso lembrar que a própria realidade também é constituída por representações ou ficções; e que há ficções que nos permitem perceber melhor a realidade. Por tudo isso, o que sempre me apaixonou na fotografia é o que nela não é visível. Sou interessado, sobretudo, pelas imagens mentais que habitam os bastidores dos processos de construção das fotos.

GU – Hoje, na era do digital, estamos vivendo um momento de obsessão social pela produção e posse de quantidades crescentes de fotos. Como essa compulsão pelo registro fotográfico se reflete na atividade dos fotógrafos?
BK –
 Há mesmo uma verdadeira febre epidêmica, mas que gera poucas imagens interessantes. E isso vale tanto para o fotógrafo amador como para o profissional. Houve um tempo em que o fotografo saía com uma pauta levando "x" rolos de filme. Ele tinha que resolver o assunto com aquilo. O que isso fazia com a cabeça do indivíduo? Fazia, no mínimo, com que ele pensasse um pouco. Ele tinha que economizar, tinha que registrar a grande cena. E se tivesse preparo e talento, podia resolver a história toda num filme, em 36 poses, o que outros não resolveriam com 300 fotos. Não tenho nada contra as novas tecnologias e também comprei o meu equipamento digital, apesar de preferir o filme. Mas ter na mão uma câmera digital não precisa fazer de você alguém que a utiliza como uma metralhadora. Muitos fazem isso porque têm graves deficiências de formação. É mais ou menos como pular da árvore para o computador. Nunca se produziu tanta foto, mas quando se fala no que já se fez de melhor com uma câmera, os nomes citados ainda são os mesmos: (Eugène) Atget, Robert Capa, Cartier- Bresson, Eugene Smith, Walker Evans...

GU – Falando em obras marcantes, algum novo livro no forno, professor?
BK –
 Sim, um livro sobre a minha trajetória e obra como fotógrafo, que está sendo produzido pela editora Cosac Naify. Esse livro conterá textos sobre o trabalho, entrevistas, fortuna crítica, biografia, e, é claro, uma seleção de minhas fotografias ao longo de quatro décadas de atividade. Pela qualidade dos livros da Cosac Naify, imagino que será uma bela edição e fico muito feliz com isso.


 

Entrevista realizada por Flavio Lobo, em setembro de 2009, em São Paulo

Fonte: Globo Universidade

 
 

segunda-feira, 31 de maio de 2010

3ª Semana de Canto Lírico - EMEM






Brasileiro vence concurso mundial de fotografia amadora


Um brasileiro foi o vencedor do concurso mundial de fotografia amadora "Sony World Photography Awards' Campaign Award".

Guilherme Junior participou da competição, que tem como tema o futebol, com uma foto de uma torcedora do Flamengo comemorando durante um jogo beneficente realizado no Rio de Janeiro em dezembro de 2009.

A foto, chamada de "Twisters", destaca uma torcedora, clicada no meio de um público de 50 mil pessoas.

"Alegria pura"

"Esta torcedora resume a energia e paixão do futebol. Ela se destaca do resto da multidão por causa de seu pulo de comemoração (...). Ela canalizou toda sua energia naquela reação explosiva. O rosto dela é alegria pura", afirmou Delly Carr, conhecido fotógrafo esportivo e presidente do painel julgador do concurso.

Ao saber da notícia, Guilherme Junior afirmou que sua alegria ao saber do prêmio "foi maior do que posso descrever".

Esta é a segunda edição do prêmio da Sony para fotógrafos amadores. Em 2009, a vencedora foi a fotógrafa paquistanesa Sarah Ahmad.

"Com o Campaign Awards estamos buscando uma imagem que capture a mágica e a paixão do futebol a partir da perspectiva do torcedor(...). A imagem vencedora deste ano mostra o verdadeiro espírito e camaradagem do fenômeno cultural que é o futebol", afirmou James Kennedy, diretor de comunicação de marca da Sony Europa.

Entre os prêmios que o fotógrafo brasileiro vai receber estão dois ingressos (com viagem e acomodação) para a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul.

Fonte: Portal UOL

Explorando o "motion blur"

Blog da Foto

7º SALÃO NACIONAL DE FOTOGRAFIA “PÉRSIO GALEMBECK”10 a 25 de Julho de 2010

Inscrição: 10 de Maio a 11 de Junho de 2010, de segunda a sexta-feira das 9h às 17h

Seleção: 26 de Junho de 2010 - Abertura: Dia 10 de Julho de 2010 às 20h

Local: Centro Cultural - Av. Ângelo Franzini, s/n - Jd. dos Ipês - Araras - SP - CEP: 13.609-390

Informações: Tel: (19) 3541-5763 / 3542-5807

 
 

REGULAMENTO

1 - O CONCURSO

O 7º Salão Nacional de Fotografia "Pérsio Galembeck" é promovido pela Prefeitura Municipal de Araras, através da Secretaria Municipal de Ação Cultural e Cidadania e faz parte do Calendário Cultural do Município de Araras. Destina-se a estimular o interesse pela fotografia, em todas as suas formas, seja ela digital ou analógica. Tem caráter exclusivamente cultural, sem qualquer modalidade de sorteio ou pagamento, nem vínculo à aquisição ou uso de qualquer bem, direito ou serviço e terá as inscrições abertas em todo o território nacional.

 2 - PARTICIPAÇÃO

O Concurso é aberto a fotógrafos profissionais e amadores, brasileiros e estrangeiros radicados no Brasil, sem limite de idade. A participação no presente concurso caracteriza por si a aceitação por parte dos participantes de todos os termos e condições deste regulamento.

 3 - TEMA E CATEGORIAS

O 7º Salão Nacional de Fotografia "Pérsio Galembeck" terá como tema: Rituais

O concurso terá categoria única, podendo ser inscritas fotografias em preto e branco ou coloridas, realizadas de forma digital ou em filme, desde que se enquadrem no tema proposto.

4 - INSCRIÇÃO E ESPECIFICAÇÕES

A inscrição será totalmente gratuita e cada participante poderá concorrer com até 3 (três) fotografias, ampliadas em papel fotográfico no tamanho 20x30. Tamanhos diferentes não serão aceitos. Cada fotografia deverá ser identificada com uma etiqueta no verso contendo título, autor, local e data da foto, contato telefônico e n° de inscrição (o n° de inscrição será colocado pela organização do concurso).

Os trabalhos, devidamente identificados e acompanhados da ficha de inscrição, deverão ser enviados pelo correio ou entregues no período de 10 de Maio a 11 Junho de 2010 no Centro Cultural - Av. Ângelo Franzini, s/n - Jd. dos Ipês - Araras - SP - CEP: 13.609-390, de segunda a sexta-feira das 9h às 17h. Para os trabalhos enviados pelo correio, valerá a data de envio do carimbo postal.

Juntamente com as fotos e a ficha de inscrição o participante deverá enviar um CD contendo as imagens gravadas em alta definição para inserção no catálogo do 7º Salão Nacional de Fotografia "Pérsio Galembeck" caso as obras sejam premiadas.

As fotos não devem ser montadas em qualquer tipo de suporte fotográfico.

A responsabilidade de entrega e retirada das fotos é do participante, ficando ciente que a devolução será realizada apenas mediante a retirada das fotos diretamente no Centro Cultural de Araras.

As fotos deverão ser retiradas até 30 dias após o encerramento do Salão; decorrido o prazo, os trabalhos não retirados serão incorporados ao acervo da Prefeitura Municipal de Araras.

A Prefeitura Municipal de Araras não se responsabilizará por danos ocorridos durante o transporte do material até suas dependências, assim como extravios.

Funcionários da Prefeitura, curadores e envolvidos com a organização do concurso, jurados ou pessoas diretamente envolvidos com os jurados estão proibidos de participar, tanto quanto seus familiares de primeiro, segundo e terceiro grau.

 5 - PREMIAÇÃO

1º Lugar: R$1.000,00

2º Lugar: R$800,00

3º Lugar: R$500,00

 Menção Honrosa: Fica a critério do Júri a indicação dos trabalhos merecedores.

Cada participante só poderá ganhar um dos prêmios mencionados, independente do número de fotos inscritas e selecionadas.

Fica a critério do Júri a seleção das fotos que serão expostas durante o 7º Salão Nacional de Fotografia "Pérsio Galembeck".

6 - COMISSÃO DE SELEÇÃO E PREMIAÇÃO

As obras inscritas serão submetidas à comissão de seleção e premiação composta por 3 (três) fotógrafos profissionais, indicados pela curadoria do evento junto a Secretaria Municipal de Ação Cultural e Cidadania, cujas decisões serão definitivas e irrecorríveis.

A ficha de inscrição e a relação das obras aprovadas na fase de seleção estarão disponíveis no Centro Cultural de Araras e também pela Internet, no site: www.araras.sp.gov.br

A assinatura da ficha de inscrição implica na aceitação na íntegra dos termos deste Regulamento.

Os casos não constantes desse Regulamento serão resolvidos, soberanamente, pela comissão organizadora.

 Acesse site oficial: http://www.galembeck.com.br/salao2010/Intro.html 

Fonte: Confoto

Concurso fotográfico regional do BNB está com inscrições abertas


Estão abertas as inscrições da segunda edição do concurso fotográfico Um Olhar sobre a Cultura Popular Nordestina, que tem o patrocínio do Banco do Nordeste, através do Programa BNB de Cultura. O concurso é aberto à participação da população em geral, maior de idade e residente no país, desde fotógrafos profissionais e amadores a pessoas que tenham interesse na arte de fotografar. O regulamento do concurso com todas as informações está disponível no site www.olharcultural.com. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 10 de julho.

O principal objetivo é valorizar a cultura popular da região Nordeste através do olhar das pessoas no espaço em que elas vivem. A cultura nordestina é caracterizada pela riqueza de suas crenças, musicalidade, história e culinária, que constitui o patrimônio cultural do povo do Nordeste. Os participantes deverão focalizar essas características através das lentes de suas câmeras, despertando o interesse pela cultura popular nordestina e suas manifestações.
Para participar do concurso o candidato deve enviar, no máximo, três fotografias medindo 20x30cm em papel fotográfico fosco para o seguinte endereço: Concurso Fotográfico “Um Olhar sobre a Cultura Popular Nordestina” - Caixa Postal 1653, CEP 59078-970 – Natal- RN. As fotografias deverão ser enviadas, obrigatoriamente, com etiquetas informando: nome do fotógrafo, local, data e título da foto, preenchidas e coladas no verso das mesmas.

Para as inscrições será levada em conta a data do carimbo postal dos Correios, por carta registrada. Não serão aceitas fotografias no formato digital, enviadas por CD ou outro dispositivo de armazenamento similar.

Premiação - Os prêmios serão concedidos aos 10 primeiros colocados. A novidade desta edição é que a comissão julgadora concederá também 10 menções honrosas, e cada fotógrafo selecionado receberá, além do certificado, um prêmio em dinheiro no valor de R$100. No total, as 20 melhores fotografias serão premiadas com valores em dinheiro num total de R$4.900.

Faz parte da premiação também a realização de uma mostra virtual no site do concurso. Além disso, as 20 fotos selecionadas serão transformadas em cartões postais e distribuídas de forma gratuita que difundirão as imagens selecionadas.

O concurso é patrocinado pelo Banco do Nordeste, sendo promovido pelo grupo potiguar de produtores independentes Caminhos Comunicação & Cultura.

fonte:www.180graus.brasilportais.com.br

terça-feira, 25 de maio de 2010

Breve analogia entre a Fotografia Convencional e a Digital


Na fotografia analógica utilizamos como suporte, para os registros das imagens captadas pelas lentes de nossas câmeras, a película fotográfica ou o, popularmente conhecido, filme fotográfico. As informações contidas nas imagens são orientadas por valores de diafragma, obturador e ISO. Neste 1º momento as imagens ainda não estão fixadas no filme fotográfico, somente após o processo de revelação química é que obteremos a nossa imagem em negativo e posteriormente em positivo, pela utilização de um laboratório manual ou mini lab, na fixação da imagem em papel fotográfico.
Na fotografia digital a diferença começa no suporte de registro das imagens que neste caso se dá pelo sensor digital. E o processo de armazenamento “temporário” acontece pela utilização do que chamamos de cartão memória. Neste modelo existem algumas possibilidades de arquivamento das imagens, como por exemplo: em câmeras populares o processo de gravação se dá pelo sistema de arquivo de imagens JPEG; em câmeras digitais com um pouco mais de recurso é possível utilizar tanto o JPEG e o tão comentado RAW, que na verdade não é um sistema de arquivo de imagens e sim de dados brutos. Na captura em JEPG todos os parâmetros de balanço de branco, nitidez ou mesmo cores pré ajustados pelo fotógrafo, na câmera, são incorporados a imagem capturada. Há ainda neste sistema o efeito de compressão de cor o que gera uma perda de informação nas imagens e a deformação dos pixels (menor unidade na formação da imagem digital) quando utilizamos algum programa gráfico para o tratamento das mesmas. Na captura RAW os únicos atributos inseridos a imagem são aqueles básicos, já mencionados na captura analógica, para que a foto exista, ou seja, ISO, abertura do diafragma e velocidade do obturador. Todos os outros itens definidos na câmera digital na hora da captura são gravados como metadados (conjunto de dados que descrevem outros dados) e anexados, mas não incorporados, à imagem. Portanto a imagem digital está bruta, crua e precisa ser revelada e para isso se fará necessário, a utilização de um programa gráfico especifico para o sistema RAW. Neste processamento não há a degradação dos pixels formadores da imagem digital e os resultados alcançados são tão bons ou melhores que os obtidos pela fotografia analógica.

Captura em RAW antes e depois do processamento